sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Palau

Essa semana li que a Assembléia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (29.10) por uma maioria arrasadora uma resolução que pede o fim do embargo econômico e comercial declarado há quase meio século pelos Estados Unidos contra Cuba.

O documento alcançou um apoio quase unânime dos 192 países que integram a ONU, já que 185 países votaram a favor, contra três (Estados Unidos, Israel e Palau) que foram contra, duas abstenções e dois países não votaram.

Esta é a 17ª vez consecutiva que Cuba apresenta à Assembléia Geral uma resolução que critica os efeitos negativos destas sanções unilaterais dos Estados Unidos e pede sua revogação.

Agora o que me atiçou a curiosidade no meio dessa celeuma imperialista yankee perante os nossos hermanos latinos de Cuba foi descobrir que diabos é Palau e aonde fica.

Consultando meus alfarrábios digitais, confirmei as minhas suspeitas e constatei que Palau é uma ilha na Micronésia. Na verdade. a República de Palau é um pequeno país insular da Micronésia, no Oceano Pacífico, entre os mares das Filipinas a oeste, Indonésia e Papua-Nova Guiné a sul e Estados Federados da Micronésia a leste. A sua capital é Melekeok.

Uma nova capital está sendo projectada para ser construída na ilha de Babeldaob, maior ilha do país e segunda maior da Micronésia, onde está situado o aeroporto.

Apesar de ser nominalmente um país independente, Palau assinou um Tratado de Livre Associação com os EUA - o que explica o apoio ao embargo econômico à Cuba. Agora o bicho deve tá pegando por lá diante dessa crise financeira que assola a maior potência mundial.


Segundo a minha pesquisa, os primeiros habitantes de Palau, provavelmente vindos da Indonésia, estabeleceram-se nessas ilhas há pelo menos 3000 anos. O explorador espanhol Ruy López de Villalobos “descobriu” as ilhas em 1543, mas os europeus não se preocuparam com elas até o século XIX, quando a Espanha pediu a arbitragem do Papa Leão XIII contra a Alemanha, que tinha loteado a área. Em 1899, depois da Guerra Hispano-Americana, a Espanha vendeu as ilhas (isso mesmo, vendeu) à Alemanha.

Por sua vez, os japoneses ocuparam as ilhas em 1914, administrando-as por mandato da Liga das Nações (embrião da ONU) a partir de 1920, mas depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, as ilhas passaram a ser administradas pelos malditos yankees, como parte do Protetora Ilhas do Pacífico das Nações Unidas. Em 1979, os palauanos votaram não se juntar aos Estados Federados da Micronésia e preferiram a independência. Depois de longo e turbulento período de transição, que incluiu a morte violenta de dois dos seus presidentes (o assassinato de Haruo Remeliik, em 1985 e o suicídio de Lazarus Salii, em 1988), Palau votou em 1994 a favor de um Tratado de Livre Associação com os EUA. No entanto, esta "Livre Associação" tinha sido rejeitada pelos palauanos mais de 10 vezes, tendo em conta que os termos do tratado permitem aos EUA controlar 51% das ilhas em caso de “emergência nacional”.

Tá explicado pq Palau votou junto com os EUA pela manutenção de um embargo tão antigo e que afronta a soberania dos países latino-americanos.


Voltando à questão cubana, durante a Assembléia da ONU, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, recebeu um apoio superior ao do ano passado, quando Cuba foi respaldada por 184 países e rejeitada por quatro.

"Vocês estão sozinhos, completamente isolados", disse pouco antes da votação Pérez Roque, dirigindo-se à delegação americana. Em seu discurso, o chanceler cubano disse que "sete em cada dez cubanos passaram a vida sob esta política irracional e inútil". "O bloqueio é mais velho que o senhor Barack Obama (o candidato democrata à Presidência dos EUA) e que toda minha geração", disse.

Pérez Roque destacou que o debate na ONU sobre o embargo dos EUA será realizado este ano com o cenário das eleições presidenciais americanas e a passagem, em agosto e setembro, de dois furacões pela ilha. O chanceler disse que os Estados Unidos responderam aos furacões "com seu habitual cinismo e hipocrisia", e criticou que Washington não tenha concordado com o pedido de permitir a compra, por parte de Cuba, de produtos americanos através de créditos privados.

Vamos ver se Obama ganhando muda alguma coisa nessa postura americana.

É ver para crer.

Hasta la victória Siempre!!

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