sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Palau

Essa semana li que a Assembléia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (29.10) por uma maioria arrasadora uma resolução que pede o fim do embargo econômico e comercial declarado há quase meio século pelos Estados Unidos contra Cuba.

O documento alcançou um apoio quase unânime dos 192 países que integram a ONU, já que 185 países votaram a favor, contra três (Estados Unidos, Israel e Palau) que foram contra, duas abstenções e dois países não votaram.

Esta é a 17ª vez consecutiva que Cuba apresenta à Assembléia Geral uma resolução que critica os efeitos negativos destas sanções unilaterais dos Estados Unidos e pede sua revogação.

Agora o que me atiçou a curiosidade no meio dessa celeuma imperialista yankee perante os nossos hermanos latinos de Cuba foi descobrir que diabos é Palau e aonde fica.

Consultando meus alfarrábios digitais, confirmei as minhas suspeitas e constatei que Palau é uma ilha na Micronésia. Na verdade. a República de Palau é um pequeno país insular da Micronésia, no Oceano Pacífico, entre os mares das Filipinas a oeste, Indonésia e Papua-Nova Guiné a sul e Estados Federados da Micronésia a leste. A sua capital é Melekeok.

Uma nova capital está sendo projectada para ser construída na ilha de Babeldaob, maior ilha do país e segunda maior da Micronésia, onde está situado o aeroporto.

Apesar de ser nominalmente um país independente, Palau assinou um Tratado de Livre Associação com os EUA - o que explica o apoio ao embargo econômico à Cuba. Agora o bicho deve tá pegando por lá diante dessa crise financeira que assola a maior potência mundial.


Segundo a minha pesquisa, os primeiros habitantes de Palau, provavelmente vindos da Indonésia, estabeleceram-se nessas ilhas há pelo menos 3000 anos. O explorador espanhol Ruy López de Villalobos “descobriu” as ilhas em 1543, mas os europeus não se preocuparam com elas até o século XIX, quando a Espanha pediu a arbitragem do Papa Leão XIII contra a Alemanha, que tinha loteado a área. Em 1899, depois da Guerra Hispano-Americana, a Espanha vendeu as ilhas (isso mesmo, vendeu) à Alemanha.

Por sua vez, os japoneses ocuparam as ilhas em 1914, administrando-as por mandato da Liga das Nações (embrião da ONU) a partir de 1920, mas depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, as ilhas passaram a ser administradas pelos malditos yankees, como parte do Protetora Ilhas do Pacífico das Nações Unidas. Em 1979, os palauanos votaram não se juntar aos Estados Federados da Micronésia e preferiram a independência. Depois de longo e turbulento período de transição, que incluiu a morte violenta de dois dos seus presidentes (o assassinato de Haruo Remeliik, em 1985 e o suicídio de Lazarus Salii, em 1988), Palau votou em 1994 a favor de um Tratado de Livre Associação com os EUA. No entanto, esta "Livre Associação" tinha sido rejeitada pelos palauanos mais de 10 vezes, tendo em conta que os termos do tratado permitem aos EUA controlar 51% das ilhas em caso de “emergência nacional”.

Tá explicado pq Palau votou junto com os EUA pela manutenção de um embargo tão antigo e que afronta a soberania dos países latino-americanos.


Voltando à questão cubana, durante a Assembléia da ONU, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, recebeu um apoio superior ao do ano passado, quando Cuba foi respaldada por 184 países e rejeitada por quatro.

"Vocês estão sozinhos, completamente isolados", disse pouco antes da votação Pérez Roque, dirigindo-se à delegação americana. Em seu discurso, o chanceler cubano disse que "sete em cada dez cubanos passaram a vida sob esta política irracional e inútil". "O bloqueio é mais velho que o senhor Barack Obama (o candidato democrata à Presidência dos EUA) e que toda minha geração", disse.

Pérez Roque destacou que o debate na ONU sobre o embargo dos EUA será realizado este ano com o cenário das eleições presidenciais americanas e a passagem, em agosto e setembro, de dois furacões pela ilha. O chanceler disse que os Estados Unidos responderam aos furacões "com seu habitual cinismo e hipocrisia", e criticou que Washington não tenha concordado com o pedido de permitir a compra, por parte de Cuba, de produtos americanos através de créditos privados.

Vamos ver se Obama ganhando muda alguma coisa nessa postura americana.

É ver para crer.

Hasta la victória Siempre!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Mistério de Tungunska


Diversos fenômenos misteriosos são sempre alvo de curiosidade e estudo por parte do homem. O evento que irei tratar nesse post refere-se ao intrigante fenômeno que aconteceu em Tungunska, na Sibéria Central, na antiga e extinta União Soviética.



No dia 30 de junho de 1908, às 7h15 da manhã, houve uma gigantesca explosão após uma bola de fogo ter sido vista atravessando o céu. Não foram encontrados vestígios de meteorito, mas uma onda de impacto devastou toda a região do lago Baikal, afetando em menor grau todo o norte da Europa. Este evento recebeu o nome desta região, evento de Tunguska.


Segundo testemunhas, ao cruzar o céu e em seguida tocar o solo, uma bola de fogo gerou uma enorme explosão caindo próximo à bacia do Rio Tunguska, uma região remota e praticamente desabitada. Foram destruídos aproximadamente 2000 quilômetros quadrados de florestas em redor do local do suposto impacto devastando cerca de 50000 árvores.


O impacto fora tão violento que liberou uma energia 1000 vezes superior à explosão da bomba de Hiroshima. O estrondo foi ouvido a 800km de distância e há relatos de pessoas que estavam a mais de 60km do local disseram que sentiram uma forte onda de calor.


Para se ter uma idéia, durante dois dias em Londres, a cerca de dez mil quilômetros de distância do evento, se podia ler jornal à noite graças à luminosidade remanescente, enquanto a finíssima poeira dispersava-se na atmosfera terrestre se aproximando de regiões cada vez mais distantes.


Existem algumas teorias que tentam explicar o que aconteceu. Segundo físicos nucleares, pode ter sido algum fragmento de antimatéria destruído em energia ao se deslocar na atmosfera Terra lançando raios gama.


Entretanto, a ausência de radioatividade residual em quantidade significativa contradiz esta teoria.


Uma outra teoria aponta para a passagem de um minúsculo buraco negro pela Terra, porém não existem registros de ondas de choque provenientes do Atlântico Norte.


A única certeza e unanimidade no evento é a sua descrição: "a gigantesca explosão seguida de uma monumental onda de choque e incêndio na floresta."


Um outro fato intrigante é que, também, não existem vestígios de cratera de impacto na região.


A única explicação aceitável é a provável queda de um pedaço de cometa atingindo uma velocidade de entrada em torno de trinta quilômetros por segundo. Pode-se aceitar que seu tamanho poderia ter algo em torno de cem metros de comprimento, pesando cerca de um milhão de toneladas.


Os indícios encontrados por Emlen V. Sobotovich levam a crer que realmente o evento de Tunguska foi a queda de um pequeno cometa.


Os cometas são formados principalmente de gelo de metano (CH4), gelo de amônia (NH3), e gelo de água (H2O). Entrando na atmosfera da Terra com uma velocidade de 31 km por segundo, um objeto deste produzirá uma enorme bola de fogo que irradiará muita luz e energia, causará uma onda de vento de grande intensidade e temperatura que queimará instantaneamente árvores e o que estiver em seu caminho.


No caso de Tunguska o cometa desintegrado-se a 6km de altitude pela atmosfera terrestre explicaria a presença de pequenas esferas de silício espalhadas pela região e assim a ausência de cratera além de, segundo alguns, o achamento de micro-diamantes.Estes são formados pela enorme pressão e temperatura no momento de reentrada e no impacto com a superfície. A matéria prima é o carbono do metano do próprio cometa que se aquece rapidamente e não se dispersa, ao contrário do hidrogênio. Foram estes minúsculos diamantes que Sobotovich encontrou na região do suposto impacto. Estudiosos têm encontrado freqüentemente micro-diamantes em regiões impactadas por meteoritos que provavelmente se formaram em interiores cometários e sobreviveram à entrada na atmosfera.


Porém há outra corrente de pesquisadores que acreditam que o mais provável seja que a área tenha sido atingida por consecutivos impactos de asteróides.


E, há ainda, outra teoria de um cometa, sustentada por cientistas russos, em que se afirma que a explosão tenha sido causada por um violento choque de um cometa gasoso.


Para os que gostam de conspirações extraterrenas, o escritor russo Alexandre Kazantev, autor de livros de ficção científica, acredita que em 1948 uma nave espacial marciana teria se chocado contra a Terra. Tal hipótese foi até utilizada no jogo Destroy all Humans! 2 com a Terra servindo de refúgio para os alienigenas que teriam perdido uma guerra.


Especula-se que talvez esse meteoro tenha caído no lago, e não em solo, como dizem diversos especialistas. Estudos recentes mostram que mapas militares não traziam a informação de que haveria um lago na região. Talvez o impacto tenha aberto uma fenda em algum lençol freático e assim originado o lago. Os estudiosos afirmam que o fundo do lago tem o formato de um funil, além de linhas - supostamente as árvores que afundaram junto com o impacto. Os estudiosos que foram até o local dizem ainda que o resto do lago foi feito através da erosão do solo.



O fenômeno de Tunguska continua insolúvel até hoje devido à remotalidade do local, da época, da ausência de cratera ou provas mais concretas, mantendo misterioso o verdadeiro causador de tal centenário incidente.


Como diria Dona Milú, em Tieta do Agreste:


- Mistério!









quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Introdução (lá ele) ao baianês!



Ao contrário do que muitos pensam, o Baianês não é falado lentamente, mas sim cantando. Não existe o gerúndio, mas sim o gerúnio: o "d" no "-ndo" é excluído, o que resulta em falano, correno, ao invés de falando ou correndo.


Em baianês, uma frase nunca é concluída. Existem alguns verbos novos, como "bora" ou apenas "bó", que significa "vamos" (acompanhe a evolução: originalmente "vamos em boa hora" - "Vamos embora" - "Vumbora" - "'Bora" - "Bó") e também pode ser dito em forma repetitiva-poética como "borimbora" ("Vumbora embora") . Os exemplos abaixo só corroboram que existe uma capacidade inata no baiano em poupar energia.
O caso clássico consiste na evolução do "Vossa Mercê" em "Vosmissê", após no já comum
"Você", então no atualmente utilizado "Cê" e já foram encontrados casos de comunicação natural através do "Rummm" (som de grunido).

Algumas frases cotidianas

"E aí sacana?!" - Olá amigo.
"E aí carniça?!" - Olá amigo.
"Colé, meu bródi!" - Olá, amigo.
"Colé, miserê!" - Olá, amigo.
"Colé, meu peixe" - Olá, amigo.
"Colé, men!" - Olá, amigo.
"Diga aê, disgraça!" - Olá, amigo.
"Digái, negão!" - Olá, amigo. (independente da cor do amigo)
"E aí, viado!" - Olá, amigo. (independente da opção sexual do amigo)
"E ae, meu rei!?" - Olá amigo.
"Ô, véi!" - Olá amigo.
"Diga, mô pai!" - Oi para você também, amigo!
"E ai, miserê!" - Olá, amigo!
"ÊA!" - Olá, amigo.
"Colé de merma?" - Como vai você?
"É niuma, miserê" - Sem problemas, amigo.
"Relaxe mô fiu" - Sem problemas, amigo.
"Beléssa negáun" - Sem problemas, amigo.
"Cê tá ligado qui cê é minha corrente, né vei?" - Você sabe que é meu bom amigo, não é?
"Bó pu regui, negão?" - Vamos para a festa, amigo?
"Aí cê me quebra, né bacana" - Aí você me prejudica. Não é, amigo?
"Aooonde!" - De modo nenhum!
" Coleh, minha força?? ! - Como vai, amigo?
"Quem é doido?" - De modo nenhum!
"Aquele viado vive filando aula" - Aquele menino vive cabulando/faltanto a aula
"Vô ali ni umaz i ôta martigá um negocíum" - Vou na residência de uma mulher, em visita de caráter libidinoso.
"Vô quexá aquela pirigueti" - Vou paquerar aquela garota.
"Vô dirrubá aquela piveta" - Vou paquerar aquela garota.
"Vô cumê água" - Vou beber (álcool).
"Colé de merma ?" - O que é que você quer mesmo? (Caso notável de compactação!)
"Eu tô ligado que cê tá ligado na de colé de merma" - Estou ciente do seu conhecimento a respeito do assunto.
"Aquele bicho tira uma onda da porra". - Aquele sujeito é um fanfarrão.
"Tá me tirando de otário é?" - Está me fazendo de bobo?
"Tá me comediando é?" - Está me fazendo de bobo?
"Tá me tirando de mueda de 10 centavos?" - Está me fazendo de bobo?
"Se plante!" - Chamada ao combate físico
"Vô meté mão" - Avisando que vai bater
"Se bote ae, vá!" - Chamada ao combate físico
"Eu me saí logo" - Eu evitei a situação.
"Brocar" - Se sair bem em algo, realizar algo com sucesso.
"Shhh...Ai, mainhaaa" - Até hoje não se sabe a tradução. Sabe-se apenas que
nas músicas de pagode, o vocalista está excitado com sua respectiva amante.
"Oxe!" - Todo baiano usa essa expressão para tudo, mas um forasteiro nunca
acerta quando usa.
"Lá ele!" - Eu não, sai fora, ou qualquer outra situação da qual a pessoa
queira se livrar.
"Lasquei em banda!" - meteu sem dó nem pena.
"Biriba nela mô pai" - Manda ver! (no sentido sexual da coisa)
"Ó paí ó" - Olhe para aí, olhe! - Essa espressão foi utilizada pela
primeira vez pelo capitão português Manoel da Padaria a frente da Nau Bolseta, que por infortúnio (leia-se burrice) perdeu-se da frota portuguesa no caminho para as índias e veio parar na Bahia. Desde então foi resgatada pelo povo baiano, assíduo leitor de Camões, já que trata-se de um texto apócrifo d'Os Lusíadas, que nem os portugueses sabiam (Nenhum jamais
concluiu a leitura do clássico). É muito usada por aqui, tanto que virou filme, peça teatral, música, marca de refrigerante, água de coco, barzinho, cerveja, igreja...
"Num tô comeno reggae!" - Não estar acreditando ou dando muita importância.
"Num tô comeno reggae de (fulano)!" - Não estar com medo de provocação/ameaça de (fulano)
"Me faça uma garapa!" - Me poupe
"É o que rapaz?? " - Expressa surpresa, indignação
"Cê sabi que eu num como esse agá" - Não estar acreditando ou dando muita importância.
"Tome na sequencia misêre" - Tomar o troco de algo ruim que você fez
"Vou abrir meu gás" - Vou embora
"Eu quero prova e R$ 1,00 de Big-Big!" - O mesmo que a expressão acima. O
"Big-Big" é um chiclete muito valorizado por pessoas de todas as classes.
" O reggae foi massa!" - A festa foi boa
" Cê é abestalhado é, vey? " Você é bobo é, rapaz?
"Namoral, vey...se saia aew" - Sai daqui, agora
"Uisminoufai!" - Bebiba mais conhecida como "Sminorff Ice". Também é uma
música do grupo de pagode (desta mesma terra) chamado "Pagod'art".
"Deixe de onda, vey!! " - Deixe de frescura
"Deixe de viadagi"- Deixe de frescura
"Mininu, num bata nos filhu duzôto" - Filho, não bata no filho dos outros
" Vou ali armar um esquema" - Ir paquerar, ou fazer algo que não se possa comentar
"Sai do chão!" - Frase típica e predileta das bandas de axé. O intuito da
mesma é de que indivíduo se agite e curta o som tocado em questão.
"Rumaláporra!" - Agir violentamente contra alguém ou algo.
"Porra!" - expressão de surpresa
"Pooorra!" - expressão de admiração
"Porra!" - expressão de raiva
"Porra!" - expressão de alegria
OBS - Existem mais de 5000 diferentes usos para o verbete "porra" em Salvador.
"Vey!" - usado para chamar a atençao da pessoa com quem está falando.
"Veey" - aviso para alguém ter cuidado com algo.
"Veeey!" - expressa de discordância.
"Veeeey!" - expressão de surpresa.
"Veeeeeey" - expressão de fascinio.
OBS - Existem mais de 10000000 diferentes usos para o verbete "vey" em
Salvador.
"Vou pica-le a misera" - Agir violentamente contra alguém ou algo.
"Picá a porra!" - Agir violentamente contra alguém ou algo.
"Rumaládisgraça" - Agir violentamente contra alguém ou algo.
"ei, ó o auê aí ô" - tida como unica frase universal a utilizar apenas
vogais e ter sentido completo, significa 'parem de baderna.'
"Bó batê o baba" - Chamar os amigos para uma partida de futebol - O "Baba"
subentendido é um esporte similar ao futebol,com algumas diferenças: a bola
por exemplo pode ser qualquer tipo de material esférico, que vai desde cocos(fruta tipica) até Tua mãe.O lugar onde irá acontecer o baba preferêncialmente tem que ser uma área retangular-plana, mas como isso é raro em Salvador(a não ser nos prédios da Pituba) qualquer lugar serve!
"Bó pro reggae" - Chamar os amigos para a balada
Salvador é também conhecida por ser uma cidade cujo dialeto deu um LAR aos
mais diversos impropérios do cancioneiro popular local, possivelmente você
um dia já foi convidado a visitar "A casa da porra", "a casa do caralho", "a casa da desgraça"!
Lá também existe a "Casa de Noca" que ninguém sabe onde fica, mas sabe-se
que lá sempre o "couro come".

"Peguei uma Ponga" - Pegar carona, embarcar na idéia de alguém, pegar
ônibus ou trem em movimento
"Hoje eu to na bruxa" - Hoje eu to muito loco
"Num sei que, parará, caixa de fósforo" - Quando se quer dizer etc. Ex.:
"Aquele fila da puta do Janescro, disse que fez, aconteceu, num sei que,
parará e caixa de fósforo com Edilene."
" Ô injura, vá ali no Paes Mendonça" - Por favor filhinho, você pode ir no mercado?
"Fulano é um Zé ruela" - O cara é um babaca
"Deixe de chibiatagem" - Pare com essas atitudes frescas
"Tomo o Bob Nelson" - Ato de ser traído, trocado por outra pessoa com interesses sexuais
"Na mão grande" - Algo feito com poucos recursos, na marra
"Feito a culhão" - Algo feito com poucos recursos, na marra
"Recebi Foi a Galinha Pulando" - Problema ou situação inesperado de alto grau
"Rapaz, nem fudeno" - Não farei algo ou irei para lugar algum
"Quem vai é o cuêio" - Espressão para "Quem vai e o coelho"
"Cê vai cai no pau mermão!!" - Você vai apanhar cara!
"Bó vazá véi" - Vamos embora
"Deu um pé de pica da porra!" - Deu uma grande confusão
"Me tire de pobrema, vu!" - Não me envolva nisso!
"Parta a mil, parta vuado!" - Expressão que denuncia situação periculosa e inesperada.
"Vou chamar minha barrera" - Vou chamar meus amigos.
"Vô pegá a pista" - Estou indo embora.
"Vô pegá a BR" - Estou indo embora.
"Que porra é essa?" - O que é isso?
"Porra ninhuma" - Expressa dúvida sobre determinado assunto.
"Sai daí Fulera(o)" - Você esta errada amiga!
"Sei lá de quê" - Complementação de um caso
"Sai de bolo que você não é fermento" - Não se envolva porque você não tem nada a ver com isso.
"Dei o zignau" - Faltei a um compromisso ou contornei uma situação desagradável.
" Toma essa sopa de garfo" - problema inesperado
"Dei um ninja" - Escapei de um compromisso ou algo desagradável.
"Joguei" - Desferi um soco.
"Si jógui" - Enfrentar alguem.
"Vista sua roupa de macaco e dê seus pulo" - O problema é seu.
"Pô véi, tô in aguas!" - Poxa amigo, estou alcoolizado!
"Rapaiz!!!" - Que legal!!!
"Rapaiz!!!" - Será?
"Rapaiz!!!" - Entenda!!!
"Rapaiz!!!" - Não sei não...
"Rapaiz" - Pode ser usado como ameaça.
OBS - Existem mais de 10000 diferentes usos para o verbete "Rapaiz" em Salvador.

"Vou batê um banho" - Vou tomar banho.
"Essa bóia tá gostosa pra daná" - Esta comida está deliciosa.
"Tô tranpanu como quê" - Estou trabalhando muito.
"De oooooooooouji!" - Expressão dita estalando os dedos e balançando a mão,
referindo-se a algo acontecido há muito tempo.
"Viu sacana? u-um!" - Expressão usada para afirmar quando algum indivíduo faz alguma ação infeliz, ou sofre algum impecílio (Equivalente ao "Aí ó!Se fudeu").
"Vo mi imbora pa Sum Paulo" - Futuro frequentador do Patativa e do "
Shoppis " Interlagos ou Intercoco!!
"Fui Mandar o Telegrama" - Fui Defecar
"Fui jogar um barro/bater um barro - Fui Defecar.
"bó pu xopis?" - vamos ao shopping
"simbó cumpadi" - vamos
"ô minha cumadi?" - que negocio é esse?
"Ói" - OLHE
"fui comprar uns bagulho ai" - fui comprar umas coisas
"colé baêa?" - iai amigo (independente do time ou as vezas colé vitoria mais baêa é o tradicional)
"diga ai mãe" - e ai amiga
"pô pai" - pô cara,amigo...
"feche sua cara" - não se exiba
"feche sua cara" - me respeite

domingo, 5 de outubro de 2008

A Crise da Economia Americana

A CRISE DA ECONOMIA AMERICANA
(Explicada de forma didática)

Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares, financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de dólares.
Aí, um banco perguntou para o Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares. Com os 800.000 dólares, Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou três casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares.

A diferença, 400.000 dólares, que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou carro novo (alemão) para ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou TV de plasma de 63 polegadas , notebooks, cuecas. Tudo financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito.
Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez. O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Fácil!

Parecia fácil. Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós-fixadas) e Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre. Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa para vender como nunca.

Paul foi agüentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as das três casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, das cuecas, dos notebooks, da TV de plasma e do cartão de crédito. Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela.

Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as três casas mas ou não havia compradores, ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou. Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das três casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul.

Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as três casas que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou. Ele e sua família pararam de consumir...
Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseados nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis. Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Com a inadimplência dos Pauls, esses títulos começaram a valer pó. Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos. Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel... Preço que despencou.

Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em 500.000 dólares e de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.
Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos milhões de Pauls atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil um dia acaba. Acabou.

Com a inadimplência dos milhões de Pauls, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado. O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.

O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo, porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos. Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão. O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas.

Até que o impensável aconteceu. O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico. Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns, amanheceu, na segunda feira última, quebrado, insolvente.

O próprio FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por dois dólares por ação. Há um ano elas valiam 160 dólares.

Durante as primeiras semanas de setembro dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos. A bola da vez seria o Lehman Brothers, um bancão. O mercado e as pessoas seguem sem saber o que nos espera na próxima segunda-feira. O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro.
A coisa pode estar apenas começando. Só o tempo dirá.

No dia 15 de Setembro de 2008, o Lehman Brothers pediu falência, desempregando mais de 26 mil pessoas e provocando uma queda de mais de 500 (quinhentos ) pontos no Índice Dow Jones, que mede o valor ponderado das ações das 30 maiores empresas negociadas na Bolsa de Valores de New York - a maior queda em um único dia, desde a quebra de 1929.