domingo, 10 de agosto de 2008

A Greta Garbo do Pop


ABBA foi um quarteto pop sueco que vendeu mais de 350 milhões de discos em todo mundo. A coletânea ABBA Gold (sozinha vendeu mais de 40 milhões de cópias) ficou mais de 400 semanas entre os mais vendidos. Os quatros membros acabaram virando dois casais (Benny Anderson e Anni-Frid Lyngstad, Bjorn Ulvaus e Agnetha) mas após todo o sucesso e inúmeras turnês, os casamentos terminaram e desta forma o grupo teve que encerrar as atividades em 1982.

Quando se fala em ABBA logo me vêm à cabeça “Dancing Queen”, música obrigatória em 10 entre 10 festas de casamentos, 15 anos etc. Essa canção é tão poderosa que inspirou o riff de Pretty Vacant, dos Sex Pistols, mas isso já é outra estória.

Recentemente o grupo reapareceu na premier do filme Mamma Mia, baseado num musical com composições do grupo que há anos é sucesso em Londres, com adaptações sendo apresentadas nos quatro cantos do mundo.

Irei contar um pouco da estória de Agnetha Faltskog, que era a loirinha de dentes separados e um dos A´s do ABBA.

Agnetha nasceu em Jokoping em abril de 1950. Aos 19 conheceu Bjorn Ulvaus e se apaixonou. Casaram-se em 1971 e três anos depois o ABBA ganhava o Eurovision, festival de música mais importante da Europa (como se fosse o Canta Nordeste, apenas para efeito comparativo).

A estória de problemas de Agnetha começa em 1979, ano em que terminava o seu casamento. O casal teve dois filhos: Linda e Christian. Uma semana depois do divórcio, Bjorn já desfilava com uma nova namorada enquanto Agnetha procurava ajuda psiquiátrica.

Depois disso, as longas tournês viraram uma tortura, juntando-se a isso a saudade dos filhos e o difícil relacionamento com Ann-Frid ou Frida. Após escapar de uma tempestade a bordo do jatinho do grupo, Agnetha desenvolveu uma fobia a aviões no estilo BA Baracus, do Esquadrão Classe A. Até o fim do grupo, foi obrigada a usar o aparelho inventado por Santos Dumont. Depois disso nunca mais viajou de aviões na vida.

Logo se tornaria reclusa e sumiria dos holofotes.

Em 1990, Agnetha casou-se, pela segunda vez, com o cirurgião Tomas Sonnenfeld. A seu pedido, ninguém ficou sabendo disso. O casamento durou apenas dois anos.O mundo só foi saber disso em 2005.

A década de 90 revelou-se então ser o inferno astral da loira. Sua mãe cometeria suicído, jogando-se do sexto andar do apartamento onde morava. Um ano depois, seria a vez do pai, desta vez, talvez, de melancolia. Como se não bastasse tudo isso, ela ainda teve que encarar um fã holandês que a seguiu por dois anos. Após a polícia ser chamada para investigar, Agnetha começou a namorar o fã obcecado por ela, o caminhoneiro holandês Gert Van der Graaf. Após dois anos, o namoro terminou e ela se mudou para o interior do país, indo morar em uma pequena vila. Segundo os vizinhos ela mal os cumprimenta.

Criou-se então o mito de que Agnetha estava seguindo o caminho de Greta Garbo, que passou os últimos anos de vida reclusa. Essa pecha a irrita profundamente. Em uma entrevista, ela disse que “espalharam que eu me escondo, que sou a nova Garbo. Não é bem assim. Eu só quero ficar quieta e viver em paz”.

Em 2004, Agnetha lançou um disco de covers dos anos 60 entitulado “My Colouring Book”, que ficou 25 semanas nas paradas de sucesso da Suécia. Embora tenha feito algum trabalho de divulgação do disco não demoraria muito para ela voltar à reclusão.

Por isso a mídia ficou surpresa quando ela compareceu ao lançamento do filme Mamma Mia em Estocolmo, ao lado da ex-companheira de banda Frida e da atriz Meryl Streep. Contudo, ela não quis posar para fotos com os demais membros da banda.

A explicação dada foi que se tratava da divulgação de um filme e não da banda.

A última vez que os quatro foram vistos juntos em público foi há 21 anos. É fato notório que não há mais contato entre eles.

Segundo Steffan Linde, porta-voz de Agnetha, “os produtores do filme convidaram os integrantes do ABBA separadamente e todos eles decidiram vir. Não foi nada organizado pelo ABBA”.

Linde ainda tratou de descartar qualquer possibilidade de uma possível reunião de Agnetha com os demais seja para turnê ou gravação de disco. Em 2000 o grupo recebeu uma proposta de um bilhão de dólares para reunir-se novamente. Na época Bjorn disse que eles não topariam nem se o valor fosse dobrado.

Essa é um pouco da estória de uma verdadeira popstar, que odeia reconhecer a sua participação na história do pop, integrante do segundo grupo mais famoso da história, atrás apenas dos The Beatles.