quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Mistério de Tungunska


Diversos fenômenos misteriosos são sempre alvo de curiosidade e estudo por parte do homem. O evento que irei tratar nesse post refere-se ao intrigante fenômeno que aconteceu em Tungunska, na Sibéria Central, na antiga e extinta União Soviética.



No dia 30 de junho de 1908, às 7h15 da manhã, houve uma gigantesca explosão após uma bola de fogo ter sido vista atravessando o céu. Não foram encontrados vestígios de meteorito, mas uma onda de impacto devastou toda a região do lago Baikal, afetando em menor grau todo o norte da Europa. Este evento recebeu o nome desta região, evento de Tunguska.


Segundo testemunhas, ao cruzar o céu e em seguida tocar o solo, uma bola de fogo gerou uma enorme explosão caindo próximo à bacia do Rio Tunguska, uma região remota e praticamente desabitada. Foram destruídos aproximadamente 2000 quilômetros quadrados de florestas em redor do local do suposto impacto devastando cerca de 50000 árvores.


O impacto fora tão violento que liberou uma energia 1000 vezes superior à explosão da bomba de Hiroshima. O estrondo foi ouvido a 800km de distância e há relatos de pessoas que estavam a mais de 60km do local disseram que sentiram uma forte onda de calor.


Para se ter uma idéia, durante dois dias em Londres, a cerca de dez mil quilômetros de distância do evento, se podia ler jornal à noite graças à luminosidade remanescente, enquanto a finíssima poeira dispersava-se na atmosfera terrestre se aproximando de regiões cada vez mais distantes.


Existem algumas teorias que tentam explicar o que aconteceu. Segundo físicos nucleares, pode ter sido algum fragmento de antimatéria destruído em energia ao se deslocar na atmosfera Terra lançando raios gama.


Entretanto, a ausência de radioatividade residual em quantidade significativa contradiz esta teoria.


Uma outra teoria aponta para a passagem de um minúsculo buraco negro pela Terra, porém não existem registros de ondas de choque provenientes do Atlântico Norte.


A única certeza e unanimidade no evento é a sua descrição: "a gigantesca explosão seguida de uma monumental onda de choque e incêndio na floresta."


Um outro fato intrigante é que, também, não existem vestígios de cratera de impacto na região.


A única explicação aceitável é a provável queda de um pedaço de cometa atingindo uma velocidade de entrada em torno de trinta quilômetros por segundo. Pode-se aceitar que seu tamanho poderia ter algo em torno de cem metros de comprimento, pesando cerca de um milhão de toneladas.


Os indícios encontrados por Emlen V. Sobotovich levam a crer que realmente o evento de Tunguska foi a queda de um pequeno cometa.


Os cometas são formados principalmente de gelo de metano (CH4), gelo de amônia (NH3), e gelo de água (H2O). Entrando na atmosfera da Terra com uma velocidade de 31 km por segundo, um objeto deste produzirá uma enorme bola de fogo que irradiará muita luz e energia, causará uma onda de vento de grande intensidade e temperatura que queimará instantaneamente árvores e o que estiver em seu caminho.


No caso de Tunguska o cometa desintegrado-se a 6km de altitude pela atmosfera terrestre explicaria a presença de pequenas esferas de silício espalhadas pela região e assim a ausência de cratera além de, segundo alguns, o achamento de micro-diamantes.Estes são formados pela enorme pressão e temperatura no momento de reentrada e no impacto com a superfície. A matéria prima é o carbono do metano do próprio cometa que se aquece rapidamente e não se dispersa, ao contrário do hidrogênio. Foram estes minúsculos diamantes que Sobotovich encontrou na região do suposto impacto. Estudiosos têm encontrado freqüentemente micro-diamantes em regiões impactadas por meteoritos que provavelmente se formaram em interiores cometários e sobreviveram à entrada na atmosfera.


Porém há outra corrente de pesquisadores que acreditam que o mais provável seja que a área tenha sido atingida por consecutivos impactos de asteróides.


E, há ainda, outra teoria de um cometa, sustentada por cientistas russos, em que se afirma que a explosão tenha sido causada por um violento choque de um cometa gasoso.


Para os que gostam de conspirações extraterrenas, o escritor russo Alexandre Kazantev, autor de livros de ficção científica, acredita que em 1948 uma nave espacial marciana teria se chocado contra a Terra. Tal hipótese foi até utilizada no jogo Destroy all Humans! 2 com a Terra servindo de refúgio para os alienigenas que teriam perdido uma guerra.


Especula-se que talvez esse meteoro tenha caído no lago, e não em solo, como dizem diversos especialistas. Estudos recentes mostram que mapas militares não traziam a informação de que haveria um lago na região. Talvez o impacto tenha aberto uma fenda em algum lençol freático e assim originado o lago. Os estudiosos afirmam que o fundo do lago tem o formato de um funil, além de linhas - supostamente as árvores que afundaram junto com o impacto. Os estudiosos que foram até o local dizem ainda que o resto do lago foi feito através da erosão do solo.



O fenômeno de Tunguska continua insolúvel até hoje devido à remotalidade do local, da época, da ausência de cratera ou provas mais concretas, mantendo misterioso o verdadeiro causador de tal centenário incidente.


Como diria Dona Milú, em Tieta do Agreste:


- Mistério!









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