Octávio Mangabeira, ex-governador da Bahia, costumava dizer: "Pense num absurdo, que na Bahia tem precedente". E os absurdos não ficaram só restritos à nossa querida Bahia. Aos poucos tomaram conta do Brasil e agora parecem que resolveram dar plantão aqui na Grã-Bretanha.
Esse blog irá aos poucos mostrar a vocês fatos que deixariam Jack Palance murmurando no túmulo: Acredite se quiser.
O primeiro da série foi divulgado semana passada no jornal Daily Mail.
A estória é a seguinte: Era uma vez um asilado político com um passaporte falso que trabalhou durante quase um ano num tribunal da Imigração.
Eugene Tawanda Madzima trabalhou no Asylum and Immigration Tribunal Service após ter sofrido as devidas checagens no seu histórico (aqui no Reino Unido não há concurso público como no Brasil. Para terem acesso ao serviço público é necessário passar por uma checagem no currículo e ter os requisitos legais para trabalhar).
Funcionários da Imigração foram enganados com uma carta falsa do Home Office (Ministério do Interior, ao qual a Imigração está subordinada) dizendo que Madzima, de 24 anos, tinha permissão para permanecer no Reino Unido.
Madzima era tão bem quisto no trabalho que até chegou a dar treinamento no centro da AITS em Leicester, fato que remete aquele filme com Martin Lawrence, "Um tira muito suspeito", onde o mesmo, um falso policial, chegou até a dar treinamento sobre como combater o crime.
Ele só foi pego quando tentou abrir uma conta no HSBC usando passaporte falso.
Madzima foi condenado a um ano de prisão, pela Leicester Crown Court, por portar documentos falsificados. O juíz Simon Hammond, ao ler a sentença, disse que a situação era difícil de acreditar.
O juiz ordenou que seja apurado como Madzima conseguiu o passaporte (ele alega que comprou o passaporte falso por 1000 libras na mão de um advogado de Londres que estava tratando do seu processo de asilo político) e porque o pedido de asilo nunca foi processado.
Os conservadores disseram que se trata de mais uma grande trapalhada do governo. "É realmente vergonhoso que em menos de três meses o governo tenha empregado imigrantes ilegais como seguranças, faxineiros e agora como parte do treinamento de funcionários no coração do sistema de imigração", disse David Davis, secretário de assuntos internos do partido conservador.
Ano passado veio à tona o fato de que 11.000 suspeitos de serem imigrantes ilegais conseguiram emprego dentro do governo, alguns até como segurança e trabalhando no Home Office.
Ah, quanto ao processo de Madzima para conseguir asilo, é quase certo que devia estar em uma das caixas contendo mais de 450 mil processos e que estavam esquecidas em algum canto da burocracia estatal e que somente agora começam a ser processados.
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