O mundo do futebol perdeu, na última quarta-feira (27), Nílton Santos, considerado por muitos como o maior lateral-esquerdo da história. A ''Enciclopédia do Futebol'' como era conhecido morreu aos 88 anos, em decorrência de uma pneumonia. O grande lateral já vinha sofrendo de complicações de saúde, notadamente do Mal de Alzheimer.
Embora não tenha visto jogar, sempre o admirei pelo fato de simbolizar a era romântica do futebol. Época em que os jogadores jogavam simplesmente por amor à camisa que vestia. Nílton Santos só vestiu a camisa do Botafogo e da Seleção Brasileira. Pela equipe carioca disputou mais de 700 partidas, ganhando seis títulos. Pela seleção foi campeão mundial em 1958 e 1962, tendo ido às copas de 1950 e 1954.
Este ano revelou-se cruel para os grandes craques campeões mundiais pela seleção canarinho. Perdemos, além da ''Enciclopédia'', Djalma Santos e Gylmar dos Santos Neves.
Existem inúmeras estórias sobre a ''Enciclopédia''. Muitas envolvem o grande Garrincha, de quem era compadre. Transcrevo uma contada pelo brilhante Armando Nogueira, um dos maiores cronistas desportivos deste país:
" Era um amistoso na Cidade do México: Botafogo x River Plate. Garrincha estava estraçalhando o beque Vairo. Nestor Rossi, o maestro da seleção argentina, chamou o lateral do River e aconselhou:
- Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: ''aquele ali é o Nílton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo''.
'' Tu, em campo,
parecia tantos,
E no entanto,
que encanto
Eras um só,
Nílton Santos ''
(Armando Nogueira)
Descanse em paz Nilton Santos
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