Imagine seu time ficar sem ganhar um título nacional por 44 anos. E o pior: nesse período, o seu maior rival foi acumulando títulos e mais títulos, tanto nacionais como continentais e até mundiais. Imagine a angústia dos torcedores de Corinthians (23 anos sem título) e do Botafogo (21 anos na fila). Pois é, 21 + 23 = 44. Pois foi o que viveu a torcida do Manchester City, a metade azul da cidade de Manchester.
Ontem, os citzens encerraram o jejum de 44 anos sem vencer o campeonato inglês de forma dramática. Aliás, foi um verdadeiro teste para cardíaco. Assisti apenas o segundo tempo, mas valeu a pena.
City e United chegaram a última rodada empatados, com 86 pontos, porém o City tinha melhor saldo de gols. Bastava ao City vencer o seu jogo, em casa, contra o Queen´s Park Rangers, que lutava contra a degola. Já o United, por sua vez, tinha que vencer o Sunderland fora e secar o rival. Em Sunderland, Rooney abriu o placar para os devils (placar que não seria alterado). Em Manchester, o City fez 1x0 e foi para o intervalo com a mão na taça.
O segundo tempo em Manchester começou nervoso. Aos 3 minutos, Lescott falhou feio e Cissé empatou para o QPR. Desespero de um lado e alegria do outro. Logo depois Barton acertou Tevez e foi expulso. O City ficava com um a mais em campo. Quem achava que as coisas ficariam mais fáceis para o City se enganou. Aos 21 minutos da etapa final, em um rápido contra ataque, Mackie virou para os Rangers. A equipe estava escapando do rebaixamento. O despero só aumentou.
A partir daí o QPR se fechou, a bola parecia que não ia entrar e o título escapava entre os dados do City. O tempo foi passando e nada. A torcida do Manchester United já comemorava o 20º título inglês.
O juíz deu 5 minutos de acréscimos. Aos 46, o bósnio Dzeko empatou, após escanteio. Aliás, o City fez 15 gols dessa forma. Incrível. Será que daria para virar? Faltavam só 4 minutos e o QPR (no final, os outros resultados acabaram salvando a equipe londrina) parecia que tinha 100 jogadores na defesa.
Aos 49, em uma jogada fantástica do argentino Aguero, contratado no ano passado, aconteceu a virada. Algo que só o futebol pode proporcionar. Êxtase total azul e o fim de um jejum quase cinquentão.
A torcida invadia o campo e a celebração foi sensacional. Há muito tempo não via algo parecido.
Sir Alex Ferguson, treinador do Manchester United, parabenizou os rivais mas não perdeu a oportunidade para alfinetá-los: ''Levarão 100 anos para nos alcançar''.
Com muito dinheiro em caixa, visto que foi comprado por um fundo de investidores dos Emirados Árabes, o City quer conquistar mais títulos, principalmente a Champions League e tentar diminuir a diferença para o maior rival. E com certeza, vai querer que isso aconteça em menos tempo do que cem anos.
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