O Brasil hoje vive dias agitados por conta da grave crise
política e econômica. Estamos na véspera da votação de uma autorização para um
segundo processo de Impeachment em 24 anos. Como se não bastasse ter aprendido
as lições do processo de 1992, o acirramento dos ânimos deixaram as redes
sociais e já se reflete nas ruas.
Em Brasília, por exemplo, foi erguida uma
barreira para separar os manifestantes a favor do impeachment e os contra. Pois
bem, a mesma já foi apelidada de ‘’Muro de Brasília’’, numa referência
explícita ao famigerado Muro de Berlim, símbolo da ‘’Guerra Fria’’ do pós II
Guerra Mundial.
Voltando um pouco na história, após a queda do III Reich, a
Alemanha foi dividida pelas potências vencedoras em quatro setores: a parte
oeste ficou sob o domínio da França, Inglaterra e Estados Unidos; a parte leste
ficou a cargo da então União Soviética.
Embora estivesse no território controlado pelos soviéticos,
Berlim, devido ao fato de ser a capital alemã e à sua posição estratégica (no coração da
Alemanha Oriental) também seria repartida entre os vencedores da II Guerra,
tendo ficado com a URSS a maior parte.
Em 1949, a Alemanha foi dividida em duas: a República Democrática Alemã (RDA ou DDR) sob influência soviética (na parte oriental) e a República Federal da Alemanha (RFA ou GBD) na parte ocidental. A Alemanha Ocidental possuía um território bem maior do que a Alemanha Oriental.
Na década de 1950, o
Plano Marshall injetou milhares de dólares na reconstrução da Europa
Ocidental. Evidentemente os efeitos
dessa ação foram sentidos na economia. A Alemanha Ocidental se desenvolvia ao
passo que a Oriental se fechava cada vez mais. Não demorou muito para que a
debandada do leste para o oeste começasse. Moscou precisava agir.
Na madrugada de 13 de
agosto de 1961, um domingo, guardas da RDA começaram a colocar arame farpado em
frente ao portão de Brandenburgo, símbolo de Berlim. O serviço de rádio da
parte leste interrompe a programação para anunciar o bloqueio ao redor da parte
oeste. No dia seguinte, 12 berlinenses ocidentais que trabalhavam no leste e 53
mil orientais que faziam o caminho inverso não chegaram ao trabalho.
No dia 15 de agosto
Conrad Schumman um guarda da Alemanha Oriental protagonizou uma das mais
famosas fugas registradas. A sua foto correu o mundo e tornou-se um símbolo
desse período. Ao pular a cerca de arame farpado, ele acenou com a arma e
desapareceu numa van da polícia ocidental.
Com o passar do tempo,
as fugas de civis e militares evidenciaram que era preciso construir um muro, o
que aconteceria ainda em agosto. O muro de Berlim concretizou a profecia de
Winston Churchill que dizia que uma cortina de ferro separava a Europa. A
polarização entre EUA X URSS atingia o seu ápice. Milhares de pessoas morreram ao tentarem passar pelo muro. O número é incerto, dados da RDA apontam 80, mas sabe-se que devem ter sido muito mais.
Foram necessários vinte e oito anos para que o muro fosse
derrubado. Na noite do dia 09 de novembro de 1989, com o Leste Europeu já em processo de
libertação do jugo soviético cujo regime entrava em colapso, o acesso aos lado
ocidental foi liberado. Ao chegarem do outro lado foram recebidos com abraços e
alguns bares ofereceram cerveja de graça aos vizinhos.
A Alemanha se reunificaria em outubro de 1990.
Ps: Vale a pena dar uma olhada nesse site:
http://super.abril.com.br/multimidia/muro-berlim/muro-de-berlim-ah-76.swf